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Liz (Versão Digital)

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Liz tem uma trama fascinante, pois dentro deste Romance, encontramos no personagem heroico Jean, muito mais do que um protagonista, mas um alguém que a gente, enquanto leitor, torce para conhecer na vida real, pois ele é rico em fé e trás, em muitas passagens do livro, mensagens edificantes.

Liz, é uma obra doce e ao mesmo tempo eletrizante, que prende a atenção de quem lê, recheado de personagens carismáticos, será uma ótima companhia para quem deseja viajar nas asas da imaginação, que só a boa leitura pode nos oferecer.

R$14,90

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Capítulo I

 

Naquela manhã quando Jean perpassou o jardim da mansão, o sol irradiava sobre o orvalho na relva, caído à noite, fazendo suas gotículas cristalinas reluzirem como pedras preciosas. Com passos largos e apressados ele caminhava pela alameda contornando os canteiros de flores, compostos por uma variedade de espécies, seguindo em direção à garagem.

Um pouco mais adiante, onde terminava o jardim, o local se abria formando uma área coberta por gramíneas que servia como um campo para a prática de futebol.

O gramado era separado do jardim pela estreita avenida que dava acesso a todas as dependências da mansão: casa principal, casa dos criados, garagem, quadra esportiva, piscina e churrasqueira.

Jean seguia seu caminho tão concentrado que nem atentou para os movimentos ao seu redor. Normalmente, fazia este percurso com tranqüilidade, apreciando a beleza do ambiente, ouvindo o canto dos pássaros que vinha do pomar anexo, absorvendo o cheiro aromatizante das flores, sempre parando para conversar com o jardineiro ou com os serviçais. Era muito atencioso com as pessoas, embora tivesse tantas ocupações.

Quebrando a rotina, Jean, sem se importar com o ambiente, já estava próximo do portão da garagem quando uma voz o interpelou, obrigando-o a olhar para trás.

— Tio Jan! Tio Jan! Tio Jan! — chamou por três vezes a voz angelical do menino de cabelos encaracolados e dourados que brilhavam sob os raios do sol, tão intenso naquela manhã.

— Que foi, meu príncipe? — Jean recuou e, virando-se, olhou para o menino que estava ofegante por causa da corrida que fizera para alcançá-lo.

— Você está zangado comigo, tio Jan? — sua fala ganhou um tom choroso e seus olhos lacrimejaram, ficando brilhantes.

— De onde você tirou essa idéia maluca, menino? — disse enquanto se agachava para ficar mais próximo dele.

— É que você passou perto de mim com uma cara tão amarrada e nem mexeu comigo, então pensei que você estivesse com raiva — explicou o pequeno Miguel Arcanjo.

— Nunca mais pense numa besteira dessas — falou carinhosamente Jean. — E não ligue para minha cara amarrada, nós adultos temos essas alterações de comportamento por causa das preocupações…

— Então, se você está preocupado, vamos jogar! Vocês não falam que o esporte é o melhor remédio para curar o estresse? — convidou o menino, quicando a bola.

— Preciso ir para desvendar um grande mistério — justificou-se ainda agachado com as mãos grudadas nos bracinhos pendurados sobre o corpo franzino de Miguel.

— Como nos filmes de cinema, tio? — perguntou empolgado, imaginando seu tio como um dos personagens do 007 a que ele tanto gostava de assistir.

— É parecido — respondeu Jean esboçando um sorriso tímido que dançou em seus lábios grossos.

Miguel Arcanjo era muito novo para entender que, por trás daquele sorriso apagado de Jean, ocultava-se uma grande preocupação, uma estranha sensação que brotava de um coração apertado pela angústia.

Era este o sentimento que tomava conta do coração de Jean naquele momento, ficando ainda mais dolorido por não poder atender ao pedido do sobrinho.

Jean era filho único, e esta condição lhe dava a certeza de que não teria sobrinhos biológicos, fato que o aproximou de Miguel, neto de uma das serviçais da mansão.

Ele tratava o garoto como se fosse um parente de sangue, cuidando dele com toda regalia de um príncipe. Dava presentes, brincava de bola e ensinava algumas técnicas de Kung Fu.

— Então vou esperar você voltar para jogarmos. — Neste momento, Jean se levantou para seguir seus propósitos. O menino recolheu a bola que estava alguns centímetros a sua frente sobre a gramínea e depois a atirou sobre o piso cimentado da alameda, quicando-a várias vezes sob a palma da mão, com tanta destreza que a bola aparentava estar presa em seus dedos.

— Vamos deixar o futebol para amanhã porque posso demorar e você tem de ir à escola — recomendou, ao mesmo tempo em que, com um movimento rápido, roubou a bola das mãos de Miguel, num gesto de brincadeira.

— Assim não vale! — reclamou — Você me pegou desprevenido.

— Se não for assim, não consigo te surpreender — justificou com um sorriso travesso.

— Quero ver se você consegue pegar agora — desafiou, sacudindo a bola com mais rapidez.

— Infelizmente tenho de ir, meu pequeno príncipe — disse tocando suavemente no rosto do garoto.

— Tchau, Jan, vai com Deus — e saiu correndo atrás da bola, que escapara de sua mão e rolou pela avenida do jardim levemente inclinada.

Enquanto Miguel ia desaparecendo por trás da vegetação que cercava a mansão, Jean entrou na garagem e saiu com sua Pick Up Hilux vermelha, tomando direção oposta.

Depois que seu automóvel ganhou a parte externa da mansão, seguiu sentido sul, deixando para trás os grandes portões de ferro que rapidamente desapareceram por completo do retrovisor de seu veículo.

Pegou seu aparelho de celular no bolso dianteiro da calça jeans e com movimentos ágeis da mão direita acessou a agenda eletrônica em busca de informações, enquanto guiava o carro com tranquilidade pela avenida.

Ano

2011

Autor

JB Barone

Formato

E-book